Quanto ao abaixo assinado assinado por cerca de duas dúzias de estudantes do curso de História, que pediam punição aos estudantes que estavam se manifestado, no dia da paralisação do campus – deliberada em Assembleia Geral dos Estudantes – os representantes estudantis da Congregação do Campus Guarulhos – EACH, publicam sua resposta.
Segue abaixo:
Aos membros dessa Congregação
Na última reunião ordinária da Congregação deste campus, parte da representação estudantil tentou responder ao conteúdo da carta, sendo impedido pelo atual Diretor Acadêmico, Marcos Cézar de Freitas, que presidiu a reunião.
Após esta carta ter gerado alguns mal-entendidos, e algumas manifestações em nosso campus, iremos responder politicamente sobre essa carta, elucidando outra carta – bem conhecida dos docentes, e pouca conhecida entre os estudantes – que é a “Carta aos docentes da Congregação da EFLCH” do dia 03 de setembro de 2011, que nós, estudantes, tivemos conhecimento – que se utiliza de calúnias e mentiras, com intenções duvidosas, e que faz-se necessário por alguns “pingos nos is”.
A atitude do Diretor Marcos Cézar, de “humildemente levar ao conhecimento desta Congregação” um abaixo-assinado entregue até ele, mostra-se como uma ação tendenciosa sob um véu de imparcialidade.
A carta, enviado pelo Diretor dia 03 de setembro, possui vários problemas, falsificações dos fatos – que podem ser comprovados na filmagem por nós feita; isto é, autoridade da fala do Diretor contra a autoridade da filmagem feita pelos estudantes. (conferir no youtube: MC Fraternal) Contudo, cabe ressaltar que a carta afirma que “a Instituição cumpriu com todos os acordos firmados na greve anterior”, o que é mentira, caso contrário já teríamos um prédio e os professores não levantariam a mesma pauta que nossa, passado um ano; além de rejeitarmos a tentativa de ingerência externa, como quando a carta diz “que deva ser uma deliberação com uma assembleia de alunos no mínimo mais numerosa”, além de citar nomes de alunos, com a clara intenção de mirar o alvo.
Ao ressaltarmos isso, e lembrarmos da “Carta Aberta à Congregação” com o abaixo assinado de estudantes de História, nos perguntamos: qual é a ligação dessas cartas com os representantes discentes na Congregação? Pois no momento da entrega da “Carta Aberta”, o Diretor insinuava um certo descontentamento de estudantes para com os representantes, além de insinuar, de forma bem clara, a participação dos mesmos nos processos políticos em questão.
Retomamos a questão: qual a ligação das cartas? Explicitamente nenhum. Isso parece revelar, muito mais, a tentativa – muito sórdida por sinal – de Diretor, de dar voz a um setor estudantil que siga a sua linha política, isto é: “que nossos pares” se calem, fiquem passivos diante do nosso atual, e precário, estado de coisas em que nos encontramos aqui nos Pimentas. O que espanta é a calúnia combinada com uma tentativa de imparcialidade.
Se Hegel dizia que a história se repete, por assim dizer, duas vezes, se Karl Marx dizia que a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa, que poderemos dizer deste momento em que estamos: não é a primeira vez que se promete o prédio e uma estrutura para uma Universidade, que o descontentamento com a passividade da Administração Oficial gera uma luta, e que a resposta é seguida de: câmeras, seguranças privados, sindicâncias, punições, entre outras. Contudo, talvez nós podemos aprender um pouco com a história. Tentar abafar as contradições, só a fazem explodir mais.
Uma última palavra: pedidos de “averiguação”-sindicância e punição com uma carta de 20 e poucos estudantes. Se este mesmo Diretor critica a legitimidade de uma assembleia estudantil no meio do pátio, com mais de 200 presentes, que dizer de um abaixo-assinado, lançado sorrateiramente, com duas dúzias de pessoas – sendo 2, criticando o próprio abaixo-assinado.
Temos assuntos mais sérios que punir estudantes para tratar nesta Congregação. Como por exemplo, como será a situação de 2012 em diante, tomando como base os problemas estruturais à luz do congelamento do orçamento federal, fim da verba do REUNI, e o fantasma da corrupção que assola a UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO.
03 de novembro de 2011